Trabalho, repouso e adoração – [Ven. Dom Fulton Sheen]
SE DIRIGIMOS NOSSO TRABALHO PARA DEUS, trabalhamos melhor do que imaginamos. A aceitação deste fato é outra tarefa para o qual precisamos de repouso. Uma vez por semana, o homem, repousando do trabalho, faz bem em ir, perante Deus, como para considerar se quanto do que fez, durante a semana, foi trabalho do seu Criador; pode reconhecer, então, que o material, com que trabalhou, proveio de outras mãos, que as ideias, que usou, entraram na sua mente oriundas de uma Fonte mais alta, que até as energias, que consumiu, eram um dom de Deus.
Se o repouso se toma nesta atitude de espírito, o cientista verá que não é ele o autor do seu livro sobre leis da natureza, mas apenas o revisor de provas. Foi Deus quem escreveu o livro. Igualmente, confessará o professor que toda a verdade, que transmitiu aos alunos, era um raio vindo da Sabedoria Divina. O cozinheiro que descasca batatas, após ter descansado assim, manuseá-las-á como humildes dádivas do próprio Deus.
Permite-nos o repouso contemplar as pequenas coisas que fazemos com relação às grandes; e só estas podem dar àquelas valor e significado. Faz-nos lembrar que todas as ações recebem o valor de Deus: adorar significa reconhecer o “valor”. Adorar é restituir aos nossos enfadonhos dias de trabalho o seu verdadeiro valor, colocando-os na sua real relação com Deus, que é o fim daqueles e o nosso.
Esta adoração é uma forma de repouso, uma contemplação intensamente ativa e criadora das coisas divinas, da qual nos levantamos renovados. Com efeito, a promessa do Evangelho de São Mateus está ainda à espera dos que a queiram ouvir: “Vinde a mim todos os que trabalhais e estais oprimidos, e Eu vos aliviarei“.
(Rumo à Felicidade, Cap. XV, do Venerável Dom Fulton Sheen, 1895-1979, Bispo auxiliar de Nova Iorque, de 1951 a 1966; Bispo de Rochester, EUA, entre 1966 e 1969).
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