A Cristo, bom Pastor – [São João XXIII]
Ó JESUS, sou a ovelha extraviada e Vós, o bom Pastor, que solícito correis ansiosamente ao meu encalço; alcançastes-me enfim e, após mil carícias, trouxestes-me aos ombros e, alegre, conduzistes-me ao aprisco… Ai de mim! Sou, infelizmente, filho pródigo que dissipou vossas riquezas: dons naturais e sobrenaturais, e me reduzi à mais infeliz condição, porque fugi para longe de Vós, ó Verbo, por quem todas as coisas foram feitas, e sem Vós, Senhor, todas as coisas são um mal, porque nada são. Sois o Pai amorosíssimo que me acolhestes, festejastes quando, regenerado de meus erros, voltei à vossa casa, procurei de novo refúgio à vossa sombra e em vossos braços. Recuperastes-me como filho e me readmitistes à vossa mesa, às vossas alegrias! De novo me chamastes a participar da vossa herança!…
Sois o meu bom Jesus, o mansíssimo Cordeiro que me chamastes vosso amigo, olhastes-me amoroso no meu pecado, abençoastes-me quando vos maldizia! Da cruz rezastes por mim, e de coração traspassado fizestes descer a onda de sangue divino que me lavou das minhas imundícies. Purificastes minha alma de suas iniquidades, arrancastes-me da morte, morrendo por mim! Vencendo a morte, trouxestes-me a vida, abristes-me o paraíso. Ó amor, ó amor de Jesus! Finalmente este amor venceu, e estou convosco, ó meu Mestre, ó meu Amigo, ó meu Esposo, ó meu Pai: eis-me aqui no vosso Coração! Que quereis que eu faça?
(Oração escrita em 1900, no Diário da Alma – Il Giornalle dell’Anima, por Angelo Giuseppe Roncalli, 1881-1963, que se tornará o Papa João XXIII, em 1958).
Comentários encerrados.