Cântico do Irmão Sol – [ S. Francisco de Assis ]
ALTÍSSIMO, Onipotente, bom Senhor, teus são o louvor, a glória e a honra e toda bênção (Ap 4,9.11). Somente a ti, ó Altíssimo, eles convêm, e homem algum é digno de mencionar-te.
Louvado sejas, meu Senhor, com todas as tuas criaturas (Tb 8,7), especialmente o senhor Irmão Sol, o qual é dia, e por ele nos iluminas. Ele é belo e radiante com grande esplendor, de ti, Altíssimo, traz o significado.
Louvado sejas, meu Senhor, pela irmã lua e pelas estrelas (Sl 148,3), no céu as formaste claras e preciosas e belas.
Louvado sejas, meu Senhor, pelo irmão vento, e pelo ar e pelas nuvens e pelo sereno e por todo tempo, pelo qual às tuas criaturas dás sustento.
Louvado sejas, meu Senhor, pela irmã água (Sl 148,4.5), que é muito útil e humilde e preciosa e casta.
Louvado sejas, meu Senhor, pelo irmão fogo (Dn 3,66), pelo qual iluminas a noite (Sl 77,4), e ele é belo e agradável e robusto e forte.
Louvado sejas, meu Senhor, pela irmã nossa, a mãe terra (Dn 7,74), que nos sustenta e governa e produz diversos frutos com coloridas flores e ervas (Sl 103,13.14).
Louvado sejas, meu Senhor, por aqueles que perdoam (Mt 6,12) pelo teu amor, e suportam enfermidade e tribulação. Bem-aventurados aqueles que as suportarem em paz, porque por ti, ó Altíssimo, serão coroados.
Louvado sejas, meu Senhor, pela irmã nossa, a morte corporal, da qual nenhum homem vivente pode escapar. Ai daqueles que morrerem em pecado mortal: bem aventurados os que ela encontrar na tua santíssima vontade, porque a segunda morte (Ap 2,11; 20,6) não lhes fará mal.
Louvai e bendizei ao meu Senhor (Dn 3,85) e rendei-lhe graças e servi-o com grande humildade.
(Cântico do Irmão Sol ou Cântico das criaturas – de S. Francisco de Assis, 1181(2) – 1226, Itália).
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